Diagnóstico e tratamento de arritmias, desmaios e cardiopatias genéticas
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Cardiologista e Arritmologista Clínico, formado no Instituto do Coração da USP
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Sinto meu coração disparar, é normal?

É muito comum as pessoas sentirem ocasionalmente o coração “disparar” ou “acelerar” em repouso, ao estresse emocional ou ao exercício, e essa palpitação do coração incomoda e preocupa quem a sente. O que é isso?
Quando a pessoa faz um exercício físico ou é submetido a um estresse é normal o coração acelerar para suprir a necessidade e aumentar a quantidade de sangue bombeado para todo o organismo, isso é uma consequência esperada e desejável. “Mas, quando o coração acelera de uma maneira desorganizada, num ritmo anormal, ou apresenta batimentos antecipados, fora do lugar, estamos diante de uma arritmia cardíaca“, explica o cardiologista especialista em arritmias André Pacheco.

Batimento extra deve ser investigado

exame

Uma das causas mais frequentes de palpitação e uma arritmia muito comum é a extrassístole, que é um batimento cardíaco extra, muito próximo do batimento anterior. Existem vários tipos de extrassístoles, mas em pessoas jovens, sem doença cardiológica, as extrassístoles geralmente são arritmias benignas, que normalmente não causam consequências graves, apesar de incomodarem bastante.
Essa batida extra pode estar associada a estresse emocional, poucas horas de sono, uso de medicações emagrecedoras, bebidas alcoólicas, drogas ou energéticos. Entretanto, para chegar a conclusão de que realmente se trata de uma arritmia benigna, é necessária uma avaliação completa feita pelo cardiologista e/ou arritmologista (cardiologista especialista em arritmias cardíacas), pois há doenças raras e graves que se manifestam com extrassístoles e que precisam ser descartadas. O cardiologista André Pacheco alerta que os sintomas de extrassístoles variam desde tonturas, falta de ar, palpitação, desconforto torácico até pacientes que não sentem nada de diferente.

Tratamento varia de medicação a procedimento cirúrgico

O tratamento da arritmia depende do tipo e das condições clínicas de cada paciente. “A arritmia pode ser tratada somente com observação e acompanhamento para avaliar a evolução, com medicamentos ou com procedimentos como ablação por cateter“, lista o cardiologista.

Calor aumenta risco de doenças cardiovasculares

O verão é sinônimo de praia, piscina, encontros familiares, esportes e outras atividades ao ar livre. Mas, as altas temperaturas exigem cuidados redobrados com a saúde. Segundo uma pesquisa de cientistas da Universidade de Tecnologia de Queenslan, na Austrália, o forte calor eleva a chance de acidente vascular cerebral (AVC) e de infarto. Os pesquisadores observaram um número maior de mortes causadas por problemas do coração na estação mais quente do ano.

Além das dores de cabeça, desconforto, cansaço e desidratação, o calor aumenta o risco de morte precoce por problemas cardiovasculares. De acordo com o cardiologista André Pacheco, a desidratação, uma das principais consequências das altas temperaturas, faz com que os vasos sanguíneos se contraiam e acelera as batidas do coração. “A consequência é o aumento da pressão arterial, o que favorece os problemas cardíacos”, explica André.

Para manter o coração saudável nessa época do ano, o cardiologista listou alguns cuidados simples e fundamentais:

beba água1.Hidrate-se!

Beba bastante água antes, durante e após a atividade física. Prefira bebidas com baixo teor calórico, como água de coco, sucos de melão, abacaxi, maracujá, limão sem açúcar ou água aromatizada com canela e hortelã.

 

2.Cuidado com o sol!

Use chapéu, boné e protetor solar resistente à água.

 

3.Proteja-se do calor!

Vista roupas leves e de cores claras. Evite praticar atividades físicas intensas ao ar livre quando o sol estiver forte.

 

4.Tenha uma alimentação saudável!

Peixes são boa fonte de proteínas e de fácil digestão; os gordurosos, como atum e salmão, têm grande benefício nutricional por incluir ácidos graxos ômega-3. Evite comer frituras, prefira alimentos assados, e consuma bastante verduras e legumes.

 

5.Siga as recomendações do seu cardiologista!

Antes de iniciar uma rotina de exercícios ou se você tem algum sintoma te incomodando, consulte seu médico para orientações individualizadas. Não prorrogue o início do tratamento porque está de férias. Aproveite esse período para fazer exames e se cuidar.

 

6.Preste atenção ao seu corpo!

Durante o verão, idosos e pessoas com problemas cardíacos apresentam mais sintomas, como alteração da pressão arterial e do estado de hidratação. Se você utiliza medicações, como anti-hipertensivos, é importante manter o uso regular e fazer ajuste nas doses quando necessário.

 

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Já conhece o “Tilt-Test”, o exame que identifica as causas do desmaio?

O desmaio é um sintoma comum que pode estar associado à hipoglicemia e até mesmo a doenças do coração, por isso é importante investigar as causas do desmaio. Um exame importante atualmente utilizado para diagnosticar a causa e definir o tratamento de pacientes com sintomas de tonturas e desmaio é o Teste de Inclinação (“Tilt-Test”), que deve ser analisado por um cardiologista e associado a exames clínicos para afastar a presença de arritmias cardíacas malignas, doenças estruturais do coração e doenças genéticas em jovens.

A principal causa de desmaio em pessoas sem doença cardíaca conhecida é a síncope neurocardiogênica, também conhecida como vasovagal, que pode ser, dentre outras formas, desencadeada pela permanência prolongada do indivíduo em pé. Esse tipo de desmaio também pode ser desencadeado por outros “gatilhos” como dor intensa, emoção, coleta de exames de sangue entre outros.

Como é realizado o Tilt-Test:

 O exame é realizado em uma sala com pouca iluminação e ruído e é acompanhado por um médico cardiologista.
 O paciente é deitado em uma cama com suporte para os pés e submetido à monitorização dos batimentos cardíacos e da pressão arterial.
 O paciente fica por um período de 10 minutos na posição deitada, depois a cama é inclinada suavemente até 70 graus e o paciente fica nesta posição (com a cabeça para cima) por um período de até 40 minutos.
 Quando há queda da frequência cardíaca e/ou da pressão arterial associada a sintomas (“ameaça” de desmaio) ocorre a positivação do exame, que é imediatamente interrompido e o paciente deitado, até a resolução dos sintomas.
 O objetivo do exame é o aparecimento daquilo que você sente no seu dia a dia.

Quem lauda o exame:
O médico cardiologista com especialização em arritmias cardíacas.

exame-caridologista

Orientações antes do exame:

– Evite o uso de bebidas alcoólicas no dia anterior ao exame.
– Procure ter uma noite de sono adequada na véspera do exame.
– Compareça à clínica em jejum (de 6 horas para sólidos e 4 horas para líquidos).
– Informe as medicações em uso. Geralmente não é necessário suspender a medicação cardiológica (consulte seu médico).
– Traga um acompanhante.
– Utilize sapatos (ou tênis) confortáveis e sem salto alto.
– Use roupas leves e com botões na parte da frente. Não use roupa de mangas compridas. Não use meia-calça ou de compressão elástica.
– Chegue 30 minutos antes do horário marcado. A tolerância máxima para atraso é de 10 minutos. O uso de medicamento sublingual poderá ser necessário durante o teste e será informado ao paciente.

Após o procedimento:

  • Tome bastante líquido e faça um lanche.
  • Você poderá trabalhar normalmente após o período de recuperação do exame (geralmente 1 hora é suficiente). Não dirigir.

Como evitar a morte súbita durante a prática de esportes

A prática de atividade física é fundamental para a prevenção de doenças, melhora a qualidade de vida e é um dos pilares de uma vida saudável.  Porém, em tempos de Jogos Olímpicos, é impossível não lembrar vários casos de atletas jovens, no auge de sua forma física e que faleceram de forma súbita e inesperada durante um treino ou competição. Esses óbitos poderiam ter sido evitados? Quais os riscos de ocorrer um evento semelhante com pessoas que não são atletas, durante uma atividade física rotineira?

O termo Morte Súbita (MS) é uma condição repentina, definido geralmente como o óbito ocorrido dentro das primeiras 24 horas após o início dos sintomas. O cardiologista André Pacheco explica que, durante uma atividade física intensa, o coração é forçado a aumentar o número de batimentos devido à liberação de adrenalina. “Isso pode ser um gatilho de um sistema complexo que envolve uma doença presente e silenciosa, provocando uma cadeia de eventos no organismo que culmina com a morte súbita”, resume André.

Os problemas cardíacos são responsáveis pela maioria dos casos de morte súbita. Acima de 35 anos, a causa mais frequente é a doença coronariana aterosclerótica (obstrução das artérias do coração por placas de gordura) e, em pessoas mais jovens, os principais vilões são as doenças congênitas, como miocardiopatia hipertrófica, anomalias de coronárias e displasia arritmogênica de ventrículo direito, que favorecem o surgimento de arritmias cardíacas malignas. O risco aumenta com a idade, e certos comportamentos favorecem esses eventos, como:

  • tabagismo
  • sedentarismo
  • sobrepeso
  • dislipidemia (presença de níveis elevados de lipídios no sangue)
  • hipertensão
  • intolerância à glicose
  • extremos de temperatura
  • uso de drogas como anfetaminas
  • esteróides anabolizantes
  • cocaína

De acordo com o cardiologista André Pacheco, a melhor forma de diminuir a incidência de morte súbita no esporte é, sem dúvida, a prevenção, uma vez que as doenças do coração podem não apresentar qualquer sintoma. “A avaliação médica de um profissional especializado, com a realização de exame físico periódico e exames complementares quando necessário é fundamental para evitar a morte súbita”, orienta André. “As pessoas devem praticar esportes de forma responsável e aproveitar todos os seus benefícios com segurança”, prescreve o cardiologista.

 

Desmaios: o que são e como proceder?

 

O desmaio, também chamado de síncope, é a perda dos sentidos e, geralmente, não é grave, mas pode ter relação com doenças fatais, como arritmias cardíacas e até mesmo com infarto e convulsões. Causado pela irrigação insuficiente de sangue no cérebro, o desmaio pode ser provocado por problemas cardíacos, como arritmia ou cardiopatia obstrutiva, ou pelo sistema nervoso autônomo, que controla a pressão arterial e a frequência cardíaca. Somente um médico pode fazer o diagnóstico correto e medicar o paciente.

O cardiologista André Pacheco, que também é especialista em arritmias cardíacas, explica que o tipo mais frequente de desmaio é a síncope vasovagal, que é causada por uma queda súbita da pressão arterial ou da frequência cardíaca, com consequente falta de sangue no coração e no cérebro. Essa síndrome é mais comum nas mulheres e durante a juventude. “O paciente geralmente apresenta palidez, náusea, suor excessivo e respiração rápida. Na maioria das vezes o desmaio é desencadeado por uma situação de estresse emocional, medo, angústia ou dor”, acrescenta André. Estar longas horas em jejum, em pé, em ambientes fechados ou no meio de multidões favorece a ocorrência de desmaios, ou mesmo durante punção venosa, doação de sangue, cirurgia dentária ou exames médicos, por exemplo.

O que a pessoa deve fazer quando sentir que vai desmaiar? 

Quando a pessoa sentir tontura, visão escurecida, moleza, fraqueza nas pernas ou outro sintoma de que vai desmaiar, ela deve procurar imediatamente um local seguro para deitar. “Com o corpo na posição horizontal, o sangue volta a circular melhor, compensando a queda da pressão arterial e reduzindo o desconforto”, explica o cardiologista.

Em seguida ao desmaio, a pessoa deve procurar um médico cardiologista para fazer o diagnóstico e verificar o que causou o desmaio. De acordo com o cardiologista André Pacheco, as causas do desmaio podem ser mais graves do que uma simples queda da pressão.

Prevenção e tratamento incluem medidas comportamentais desmaio_pressão_baixa

Com a evolução da medicina já é possível fazer exames simples que ajudam a apontar as causas dos desmaios, como o tilt-test, também chamado de teste de inclinação. Nesse exame, a pressão arterial e o ritmo cardíaco do paciente são avaliados em diferentes inclinações do corpo e sob efeito de medicamentos.

Na maioria dos casos, o médico recomenda cuidados preventivos e comportamentais, como:

  • Evitar ficar em pé por períodos longos
  • Beber bastante água (2 litros por dia)
  • Evitar bebidas desidratantes, como álcool em excesso
  • Evitar ambientes quentes e fechados
  • Movimentar as pernas e panturrilhas enquanto estiver em pé
  • Se for desmaiar, deitar no chão para não se machucar na queda e tentar deixar as pernas mais elevadas do que a cabeça para que o sangue circule mais facilmente no coração e no cérebro

 

Em alguns casos o médico prescreve remédios para pacientes que sofrem desmaios constantes. “Somente um médico que examine e conheça o histórico do paciente pode definir o tratamento adequado para os desmaios”, finaliza André. 

O que são arritmias cardíacas e como reconhecer seus sintomas

Em seu estado normal, o coração recebe disparos elétricos de forma regular que fazem o órgão contrair ritmicamente, ou, como dizemos popularmente, o coração bate no mesmo ritmo. Quando não há essa regularidade, ocorre uma alteração no ritmo cardíaco, conhecida como arritmia. As arritmias cardíacas apresentam-se de diversas formas:

  • taquicardia, quando o coração bate rápido demais
  • bradicardia, quando as batidas são muito lentas e em descompasso
  • pulsação irregular (como a fibrilação atrial)
  • batimentos extras (extrassístoles)

 

De acordo com o cardiologista e arritmologista André Pacheco, as arritmias cardíacas podem atingir pessoas de qualquer sexo e faixa etária, podendo ocorrer inclusive em atletas e pessoas ativas. O médico explica   que a arritmia cardíaca mais frequente é a fibrilação atrial, caracterizada pelo ritmo de batimentos rápido e irregular dos átrios do coração. “Cerca de 2,5% da população mundial, ou seja, 175 milhões de pessoas têm fibrilação atrial. A principal e mais grave consequência da fibrilação atrial é o aumento do risco de acidente vascular cerebral (AVC), popularmente conhecido como derrame“, alerta André. Essa arritmia está associada com o avanço da idade. A estimativa é que entre 5 e 10% dos brasileiros desenvolvam essa pulsação cardíaca irregular.

 

Sintomas variam desde palpitações a desmaios

As arritmias cardíacas podem provocar palpitações no coração, que se assemelham a uma batida mais forte no peito. Coração acelerado, falha nos batimentos, síncopes, tonturas, confusão mental, falta de ar, fraqueza e mal estar também podem ser indicativos de que algo está errado com o principal órgão do corpo.

O cardiologista lembra que muitas vezes as arritmias são assintomáticas, ou seja, não provocam nenhum sintoma. Por isso é importante procurar um cardiologista para fazer um check up. “Somente uma avaliação clínica detalhada do coração pode mostrar se o órgão está trabalhando como deveria”, complementa André.

 

Como tratar a arritmia

remédio coração

 O tratamento da arritmia depende do diagnóstico realizado pelo cardiologista ou arritmologista e varia de acordo com o tipo de arritmia e das condições de cada paciente. “A arritmia pode ser tratada somente com observação e acompanhamento para avaliar qualquer evolução, com medicamentos ou com procedimentos como ablação por cateter e implante de dispositivos cardíacos eletrônicos, como o marcapasso e o cardiodesfibrilador implantável.

Problemas cardíacos são a principal causa de mortes em cirurgias

Os problemas cardíacos são a principal causa de mortes durante cirurgias e no pós-operatório de procedimentos eletivos – cirurgias que não são urgentes e podem ser feitas no momento mais adequado para o paciente. Com o objetivo de evitar esses problemas, que podem provocar desde complicações cirúrgicas mais simples até a morte, é recomendado que todo paciente faça uma avaliação cardiológica antes de cirurgias não cardíacas para verificar os riscos, propor estratégias para reduzi-los e diagnosticar e tratar possíveis problemas. Quando o paciente já tem alguma doença no coração, essa avaliação é solicitada até mesmo antes de se submeter a procedimentos odontológicos mais complicados.

Em cirurgias eletivas, a avaliação cardiológica pré-operatória deve ser feita pelo menos uma semana antes da cirurgia para que, caso necessário, sejam introduzidos medicamentos para otimizar a condição clínica do paciente ou outros possam ser retirados por eventual interferência no sucesso da operação. “Por meio de dados da história clínica do paciente e exame físico são identificadas as variáveis de risco associadas a complicações cardíacas, capacidade funcional do paciente e risco associado ao tipo de procedimento proposto”, explica o cardiologista André Pacheco.

Cada cirurgia e as condições clínicas do paciente demandam exames específicos que são analisados tanto pelo cardiologista quanto pela equipe médica que fará o procedimento cirúrgico. Após essas análises é determinado o risco do paciente evoluir com complicações cardiovasculares graves (morte cardíaca, infarto, edema agudo de pulmão, derrames, entre outros) durante ou após o procedimento cirúrgico.

Avaliação cardiológica otimiza resultados e diminui riscos

avaliação_cardiológica

Além de determinar o risco da cirurgia, a avaliação é o momento de corrigir doses e classes de remédios, adicionar novos e orientar o manejo dessas medicações durante o período perioperatório, que inicia antes da cirurgia e só termina depois que o paciente já operado retorna às atividades normais. Assim, por meio da avaliação cardiológica, é possível otimizar ao máximo o tratamento clínico e minimizar o risco de complicações relacionadas à cirurgia.

Em alguns casos, opta-se por realizar algum tratamento cardiológico específico antes da cirurgia e, em conjunto com o cirurgião, adiá-la para evitar complicações cirúrgicas.

Pacientes com idade avançada demandam mais atenção

Em pacientes idosos os cuidados no período perioperatório devem ser ainda maiores. O paciente com idade avançada geralmente possui outras doenças associadas e menor “reserva” para reagir a um procedimento cirúrgico muito agressivo, mesmo com a intenção de cura. “O compromisso é com o paciente. O risco do tratamento não deve ultrapassar o da doença, por isso, às vezes, é mais conveniente realizar um procedimento para melhorar a qualidade de vida do que tentar a cura com risco elevado de sofrimento, seguido de morte”, alerta o cardiologista.

Para André, o papel do cardiologista não é contraindicar a operação, mas avaliar seus riscos e pesar se possíveis complicações cardiovasculares superam ou não o risco do paciente não ser operado naquele momento. O cirurgião, com base na avaliação cardiológica, na sua experiência profissional, na doença do paciente e nos riscos da cirurgia, é quem vai decidir, junto com o paciente e sua família se a relação risco/benefício é favorável à intervenção e qual procedimento seguir.

Cuidados pós-operatório podem incluir UTI

O cardiologista André Pacheco alerta também sobre a necessidade de uma vigilância pós-operatória. “A intervenção cirúrgica não termina no curativo ou na saída da sala operatória. O cuidado perioperatório inclui a necessidade de uma vigilância pós-operatória, tanto mais intensa quanto maior o risco individual do paciente, muitas vezes sendo recomendado encaminhamento para a unidade de terapia intensiva (UTI) para monitoramento cardíaco”, justifica.

Colesterol em excesso pode causar infarto e derrame

O colesterol é um dos principais inimigos da saúde do coração. Em grandes quantidades, ele dificulta o fluxo de sangue nas artérias, podendo causar infarto e acidente vascular cerebral (AVC). Atualmente, cerca de 40% dos brasileiros tem colesterol alto e 300 mil pessoas morrem todos os anos em decorrência de infartos e derrames. O cardiologista André Pacheco enfatiza que a adoção de um estilo de vida saudável pode evitar o aparecimento de doenças cardiovasculares. “Controlar o colesterol e a diabetes, praticar exercícios físicos, ter uma alimentação saudável, não fumar, não exagerar no consumo de bebidas alcoólicas e evitar o stress diminui em até 90% as chances de uma pessoa sofrer algum problema cardíaco”, afirma.
Apesar de ser prejudicial quando em excesso, o colesterol é fundamental para o bom funcionamento do corpo. Ao contrário do que muita gente pensa, colesterol não é uma gordura, mas um álcool com estrutura semelhante a de um hormônio e que se comporta como uma gordura. Ele é a base para a produção de hormônios sexuais e de vitamina D no organismo e também age como antioxidante, auxiliando no combate ao câncer.

Colesterol bom (HDL) e colesterol ruim (LDL)

O colesterol é produzido pelo nosso próprio organismo, principalmente no fígado, e também é encontrado em alimentos de origem animal, como carnes, leite, ovos etc. Ele é formado por várias partes, as duas mais importantes são: HDL (colesterol bom, pois ajuda a remover o excesso do colesterol ruim do sangue e reduz o risco de formação de placas de gordura) e LDL (colesterol ruim, uma vez que contribui diretamente para a formação de placas de gordura, indicando risco aumentado de infarto, derrame cerebral e entupimento das artérias das pernas).
O colesterol é transportado pelo sangue na forma de LDL e usado pelas células. André alerta que, se houver excesso de colesterol no sangue, ele acaba por se depositar na parede dos vasos sanguíneos, prejudicando o fluxo do sangue. “Esse entupimento é chamado de aterosclerose”, explica o cardiologista.

Valores de colesterol considerados saudáveis exame_colesterol

Quando uma pessoa está com o colesterol alto, ela não apresenta nenhum sintoma, essa condição só pode ser confirmada por meio de exame de sangue. Os valores de LDL considerados normais variam de acordo com o risco cardiovascular de cada pessoa. Portanto, o exame de sangue deve ser avaliado por um cardiologista, independe de estar dentro dos padrões considerados normais pelo laboratório que fez o exame. “Quanto maior o risco de desenvolver infartos e derrames nos próximos anos, maior a necessidade de redução do LDL. São considerados pacientes com alto risco de doenças cardiovasculares aqueles que já sofreram infarto, AVC ou outro problema cardíaco, que têm diabetes, histórico familiar ou fatores de risco associados, como tabagismo, obesidade, pressão alta ou insuficiência cardíaca”, reforça André.

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Remédios ajudam a controlar o colesterol

Além de alimentação correta e atividade física regular, muitas vezes são indicados medicamentos de uso contínuo, como as estatinas, para diminuir o colesterol ruim presente no sangue. As estatinas controlam a produção de colesterol pelo fígado, que produz até 75% do colesterol que circula no sangue, sendo o resto derivado das gorduras dos alimentos que consumimos.
O medicamento para controlar o colesterol deve ser prescrito por um cardiologista, que vai avaliar se há risco de desenvolver doença cardiovascular como resultado do colesterol elevado e determinar qual o tratamento adequado, além de acompanhar a evolução do paciente.

Prepare-se para o exame de sangue

Somente por meio de exame de sangue é possível verificar como estão as taxas de colesterol de uma pessoa. Para fazer o exame, é fundamental ficar 12 horas em jejum, evitar bebidas alcoólicas por três dias e, nas 24 horas anteriores, comer aquilo a que está acostumado para o resultado ser o mais preciso possível e revelar se o comportamento do paciente é adequado ou não.

Bom para o coração: aprenda a escolher o melhor tipo de azeite

Conhecido há mais de cinco mil anos, o azeite era considerado por Hipócrates, uma das figuras mais importantes da história da Medicina, um remédio natural para diversos males. Hoje, já se sabe que a presença de gorduras monoinsaturadas combinada com os diversos fitoquímicos, que têm efeito antioxidante e antiinflamatório, presentes no azeite ajudam a prevenir doenças cardiovasculares e a reduzir os níveis de colesterol. Entre as diversas variedades do produto, relacionadas com o método da extração do azeite e com o nível de acidez, algumas são mais benéficas para o organismo. Aprenda a decifrar os rótulos dos diferentes tipos de azeite e escolher a alternativa mais saudável.

Método de extração a frio garante mais qualidade

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A nutricionista Juliana Pastore reforça que o azeite extravirgem é, nutricionalmente, melhor do que o virgem ou o azeite. “O método de extração do azeite extravirgem é feito de forma mecânica, sem utilização de produtos químicos e com prensa a frio (inferior a 26ºC). Inicialmente as azeitonas são esmagadas até formar uma pasta, que é colocada na prensa para extração do azeite. Esse método preserva seus nutrientes”, explica.
Outra vantagem desse método de prensa a frio é a preservação do sabor e do cheiro da azeitona. “O resultado final remete a características próprias de cada espécie de oliva e da técnica de plantio e colheita empregados. Portanto, não se pode afirmar que os azeites extravirgem são mais escuros, têm sabor mais intenso ou são mais densos: isso se deve a características da azeitona”, destaca Juliana.

Baixa acidez resulta de processo produtivo saudável

Outra característica que merece atenção é o grau de acidez. Juliana alerta que a acidez não interfere no sabor do azeite, mas é um indicativo de qualidade medido em laboratório. “Quanto mais ácidos graxos livres em relação ao ácido oleico há no azeite, maior é a sua acidez e menor a sua qualidade. Quanto menor a acidez do azeite, maior é a sua pureza”, compara Juliana. Todos os produtos têm essa informação de acidez no rótulo. O valor máximo para ser classificado como extravirgem é 0,8%, quanto menor o percentual de acidez, melhor para a saúde, pois maior será a quantidade de ácidos oléicos presente. Os azeites com acidez entre 0,5 e 0,8% são mais fácies de encontrar e têm um preço inferior aos de acidez entre 0,2 e 0,4%, e já garantem os benefícios esperados.

Evite azeites ricos em gordura saturada

A qualidade do azeite também é influenciada por fatores como maturação, área geográfica do plantio, condições climáticas prevalecentes no ano de produção, entre outros. De qualquer maneira, acrescenta Juliana, “todos os azeites são fonte de ácidos graxos monoinsaturados oléicos e fitoquímicos, tendo o consumo recomendado para a obtenção de boa saúde. Se quiser escolher um mais saudável, procure por rótulos de produtos que apresentem menor quantidade de gordura saturada, que em excesso faz mal para a saúde do coração”.

Filtrado ou não filtrado?

O azeite não filtrado apresenta partículas da fruta suspensas, desta forma tem aparência mais turva e sabor diferenciado. No entanto, a vida útil de um azeite não filtrado é menor, devendo ser consumido mais rapidamente.
Conserve o azeite longe da luz e do calor
A nutricionista lembra que o azeite deve ser mantido longe da luz, do calor e do ar. “Prefira os engarrafados em vidro escuro. O processo de deterioração inicia a partir do momento em que o azeite é extraído. Portanto, ele não deve ser armazenado por períodos muito prolongados. Lembre que, diferente dos vinhos, quanto mais novo o azeite melhor”.

Temperatura baixa de cocção ajuda a preservar características do azeitebenefícios-azeite-de-oliva

Sempre dê preferência ao consumo do azeite cru, pois quando aquecido o azeite pode sofrer transformações, sendo a principal a diminuição de ácidos graxos monoinsaturados. Estudos observam que o aquecimento causa redução de 75% para 49% no teor de ácidos graxos oléico. “A formação de maior quantidade de gordura saturada também pode acontecer. O seu ponto de fumaça (ponto que o óleo começa a saturar) está entre 210°C e 230°. Então, você pode ter uma alimentação mais saudável utilizando azeite para fritar ou para cozinhar desde que controle a temperatura da cocção”, alerta Juliana.
A temperatura considerada ideal para fritura é 180°C. Juliana recomenda que, quando se optar por este método de preparo, o cozinheiro lembre de manter uma chama baixa/média no fogão durante a fritura e não reutilize o azeite. Quando ele começa a escurecer é porque atingiu a temperatura de saturação. “Para preparações assadas, como bacalhau com batatas, que normalmente usa bastante azeite, opte por cocção mais lenta”, orienta Juliana.

O significado dos nomes dos azeites

Você já deve ter percebido que a melhor opção é o azeite extravirgem com baixa acidez, maior quantidade de gordura monoinsaturada, menor quantidade de gordura saturada, novo e embalado em frasco escuro. Mas, alguns azeites têm outras denominações no rótulo que complicam a compra? Calma, a nutricionista Juliana listou o significado dos principais nomes estranhos impressos nos rótulos:

      • Azeites com Denominação de Origem Protegida (DOP): esta informação significa que podem ser distinguidos de outros por sua tipicidade, têm origem numa área geográfica delimitada, com solos e clima característicos e são exclusivamente elaborados com azeitonas de certas variedades de oliveiras. São recomendados para quem busca um produto com autenticidade ou padronização de sabor.

 

    • Azeites da Agricultura Biológica/Orgânica: suas olivas são cultivadas de acordo com a utilização de rotações de cultura adequadas, respeito por normas fitossanitárias, de fertilização e sem utilização de produtos químicos. Para a saúde em geral, são produtos melhores do que os produzidos com agrotóxicos.