Diagnóstico e tratamento de arritmias, desmaios e cardiopatias genéticas
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Cardiologista e Arritmologista Clínico, formado no Instituto do Coração da USP
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Orientações aos pacientes com Síncopes ou Desmaios

A síncope, conhecida popularmente como desmaio, é uma redução breve do fluxo sanguíneo para o cérebro, que, por um curto período, para de funcionar, provocando uma perda de consciência, que faz com que a pessoa possa cair.

Para orientar os pacientes sobre as causas, exames e tratamentos disponíveis para a síncope, escrevi para o Hospital SOS Cárdio um manual com Orientações aos pacientes com Síncopes ou Desmaios.

Baixe gratuitamente o e-book pelo link https://conteudo.soscardio.com.br/ebook-sincopes-e-desmaios

Relógios inteligentes podem detectar arritmias cardíacas?

Eles estão na moda, nos braços dos mais antenados e conectados. Por ele recebemos mensagens, atendemos ligações, avaliamos o desempenho ao praticar atividade física, com número de passos, quilômetros e batimentos cardíacos. Eles até mostram a hora. 😉

E tem mais: alguns relógios inteligentes possuem sensores especiais, que realizam eletrocardiogramas, capazes de avaliar o ritmo elétrico do coração, ajudando no diagnóstico de arritmias.

Em 2018, um estudo da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, resolveu investigar se eles ajudariam a detectar a fibrilação atrial, a arritmia mais comum que falamos no post anterior. A pesquisa abrangeu uma amostra de 418 mil usuários de Apple Watch.

Os resultados mostram que essa tecnologia é capaz de identificar irregularidades cardíacas com segurança, o que pode fazer com que o paciente procure um especialista mais rápido. Com isso, tem mais chances de controle da arritmia.

Do total da amostra, 0,5% – cerca de 2 mil pessoas – receberam ao menos 1 aviso de ritmo cardíaco irregular. Muitos procuraram ajuda médica.

No ano seguinte, em 2019, o Food and Drug Administration (FDA), a “Anvisa americana” aprovou o sensor para eletrocardiograma do Apple Watch 4 bem como o aplicativo para diagnosticar a fibrilação atrial.

Outras marcas que possuem relógios tecnológicos também estão seguindo nessa linha.

Se você está sentindo os seguintes sintomas, usando ou não um relógio inteligente, procure rapidamente um serviço médico de urgência.

📍 Palpitações no coração, que duram de segundos a semanas
📍 Queda de pressão
📍 Fadiga
📍 Falta de ar
📍 Desmaios
📍 Enjoos e vertigem

O uso de relógios com essa tecnologia que permite avaliar a saúde das pessoas deve se tornar, em breve, muito popular. O que você acha disso?

Arritmia: não era amor, era cilada

A batida do nosso coração acelera em momentos especiais, quando estamos apaixonados ou emocionados. Porém, o nosso coração pode nos enganar e provocar arritmias, com a batida mais rápida ou mais lenta. A arritmia é a principal causa de morta súbita. Por isso, considero uma cilada completa e um grande alerta! 

As arritmias de forma geral são caracterizadas por irregularidades na transmissão de impulsos elétricos que coordenam as batidas.

Cerca de 1% da população mundial desenvolve uma arritmia, uma batida fora do compasso, provocada pela parte superior do músculo cardíaco, onde estão os átrios. É a fibrilação atrial.

Nesse caso, os átrios não se contraem direito, é como se tremessem, fazendo o coração bater em ritmo acelerado, em taquicardia.

A fibrilação atrial está por trás da insuficiência cardíaca e também pode estimular a formação de coágulos que podem gerar um infarto ou AVC. Porém, o risco diminui muito se a doença for diagnosticada corretamente e o paciente seguir o tratamento.

Pessoas mais velhas e que possuem algum outro problema no coração estão mais sujeitas à fibrilação atrial. Mas ela também acomete jovens, já que muitos de seus fatores de risco estão relacionados ao estilo de vida.

Fatores de risco:
Tabagismo
 Sedentarismo
Sobrepeso
Consumo excessivo de bebida alcoólica
 Apneia do sono e ronco
Hipertensão
Diabetes
Estresse

Está percebendo que seu coração está batendo diferente? Fique atento aos sinais… Pode não ser amor , e sim uma grande cilada. 

Silenciosa e fatal

Nos últimos dias estou abordando as doenças que causam morte súbita cardiovascular, um evento inesperado, provocado muitas vezes por arritmias cardíacas decorrentes de problemas estruturais no coração.

A morte súbita é aquela que ocorre em menos de uma hora após o início dos sintomas ou em paciente assintomático nas últimas 24 horas antes do óbito.

De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 300 mil casos de morte súbita são ocasionados por algum tipo de arritmia cardíaca, o que representa quase 1.000 óbitos por dia, aproximadamente 45 por hora e quase 2 por minuto.

As anomalias coronárias correspondem a 16% das mortes súbitas de causa cardíaca. Elas são alterações no seu trajeto das artérias dentro do coração. Os pacientes já nascem com esse problema.

É a segunda maior causa de morte súbita de origem cardíaca em jovens atletas.

A primeira é a miocardiopatia hipertrófica, que abordamos em post anterior. Em terceiro, está a displasia arritmogênica do ventrículo direito – que acomete com mais frequência descendestes italianos, por questões genéticas. Também já falamos sobre essa doença aqui recentemente.

Por isso, reforço a importância da realização de uma avaliação clínica cardiológica antes da prática de atividade física, não só para atletas, mas para todos, inclusive jovens.

Evite morte súbita: histórico familiar pode indicar problemas graves cardíacos

Outra causa de mortes súbitas em jovens são problemas genéticos nas proteínas de células cardíacas que controlam a atividade elétrica do coração e podem causar distúrbios no ritmo cardíaco. São as chamadas canalopatias.

Costumamos suspeitar de canalopatia em pessoas que têm familiares com histórico de desmaios ou morte inexplicável devido a um problema cardíaco, sobretudo se a morte tiver ocorrido em jovens.

As canalopatias mais comuns causam síndromes, como a do QT Longo e a de Brugada.

Na maioria dos casos essas síndromes não apresentam sintomas. Entretanto, podem ocorrer palpitações, desmaios, respiração ofegante noturna e parada cardíaca.

Algumas pessoas com síndrome do QT longo tem outras síndromes genéticas associadas. Em outros casos, o problema é causado por baixos níveis de potássio ou sódio, ritmos cardíacos muito baixos ou uso de um medicamento.

Já a Síndrome de Brugada é mais comum no sexo masculino. O diagnóstico de ambas as síndromes é feito pelo eletrocardiograma.

Consulte seu cardiologista de confiança e conte seu histórico de saúde e familiar a ele. Dessa forma, ele poderá solicitar exames para identificar possíveis síndromes cardiácas que podem ser tratadas e assim evitar mortes súbitas.

Morte súbita em jovens

Vamos abordar nos próximos dias com mais profundidade assuntos relacionados à morte súbita. Meu objetivo aqui é alertar para alguns problemas cardíacos graves, que se combinados com atividade física de alta intensidade, pode ser fatal.

Alguns deles, como é o tema do post de hoje, pode ser diagnosticado por exames simples.

Em pessoas jovens, a morte súbita costuma estar relacionada à miocardiopatia hipertrófica, uma característica genética que faz com que o músculo cardíaco seja mais espesso (hipertrofiado) do que o normal.

Durante o exercício intenso 🏃, com a sobrecarga do coração, esse espessamento do músculo cardíaco pode provocar arritmias cardíacas malignas, como as taquicardias ventriculares e fibrilação ventricular. O risco de morte súbita é real.

A morte súbita pode ser desencadeada pelo exercício físico durante a atividade em si ou em até 24 horas depois dela.

A miocardiopatia hipertrófica pode ser silenciosa e não apresentar sintoma algum.

No entanto, ela é uma doença FACILMENTE identificada no eletrocardiograma e/ou ecocardiograma .

Não é a prática de exercícios físicos que leva os atletas ao óbito, mas sim a ausência de exames preliminares, que poderiam diagnosticar e prevenir doenças genéticas graves. Por isso, é tão importante a avaliação cardiológica pré-atividade física.

Entre em contato com seu médico de confiança antes de iniciar a prática de atividade física.🚴

Evite morte súbita: cuide da sua saúde

Você já deve ter ouvido histórias de pessoas que morrem rapidamente por problemas no coração. É o que chamamos de morte súbita.

Jovens, atletas ou até mesmo pessoas de mais idade. Todos estão sujeitos a morrer de uma hora para a outra, deixando rapidamente as pessoas que mais amam. 🖤

Em pessoas mais jovens, os principais vilões são as doenças congênitas, como miocardiopatia hipertrófica, anomalias de coronárias e displasia arritmogênica de ventrículo direito, que favorecem o surgimento de arritmias cardíacas malignas.

Acima de 35 anos, a causa mais frequente é a doença coronariana aterosclerótica – obstrução das artérias do coração por placas de gordura -, que provoca um infarto. O risco aumenta com a idade, e certos comportamentos favorecem esses eventos, como:

 tabagismo
sedentarismo
 sobrepeso
 presença de níveis elevados de colesterol no sangue
 hipertensão
 intolerância à glicose
 uso de drogas como anfetaminas, esteróides anabolizantes, cocaína

Por isso, reforço, consulte um cardiologista de sua confiança. Vamos cuidar ao máximo de nossa saúde, afinal só se morre uma vez e se vive todos os dias. 🙏

Quarentena: cuidado com o efeito sanfona

Ei, você, como tem passado o isolamento social? Muitas pessoas tem relatado que estão comendo mais e se exercitando menos. Esses fatos, aliados ao aumento da ansiedade, tem desencadeado o ganho de alguns quilinhos em muitas pessoas.

Em breve, com a chegada da primavera e do verão, tenho certeza que vão querer recuperar a forma anterior.

Gostaria de deixar aqui um alerta, o vai e vem da balança, o chamado efeito sanfona, é prejudicial ao coração. Dois estudos comprovam isso.

1️⃣ Um estudo da Universidade Colúmbia, nos Estados Unidos, avaliou como a oscilação de peso afeta sete fatores de risco clássicos para os problemas cardiovasculares, batizados pela Associação de Cardiologia Americana de Life’s Simple 7, que avalia fatores como qualidade da dieta, controle do peso, prática de atividade física, tabagismo, níveis de colesterol e pressão.

As participantes reféns do efeito sanfona ao longo da vida possuíam as menores pontuações no Life’s Simple 7, o que indica um maior risco de sofrer infarto ou até mesmo AVC.

2️⃣ Outro estudo é da Coreia do Sul, onde estudiosos acompanharam 3,6 mil pessoas por 16 anos e detectaram que quem passava por perdas e ganhos de peso estava mais exposto a morrer precocemente por doenças cardiovasculares. A mesma pesquisa identificou que o efeito sanfona está ligado a um aumento de 63% na probabilidade de desenvolver diabetes.

Portanto, tente procurar outras formas de aliviar o stress e passar o tempo, que não seja comendo. Leia, medite, converse com as pessoas que te fazem bem. E mantenha uma dieta saudável. Cuide da sua saúde e do seu coração.

A importância da atividade física no tratamento da síncope vasovagal

Para encerrar nossa série sobre desmaios, gostaria de voltar à síncope mais comum: a vasovagal. Uma em cada quatro pessoas podem ter um ataque vasovagal ao longo da vida.

A síncope vasovagal é caracterizada pela diminuição da pressão arterial e do batimento cardíaco por ação do nervo vago.

Normalmente, acontece nas seguintes situações: quando as pessoas são submetidas a ambientes fechados ou quentes, ficam em jejum ou horas em pé, têm crises de ansiedade, passam por grandes emoções, sustos ou após a ingestão de bebidas alcoólicas.

Além de evitar as situações descritas acima, a atividade física específica pode ajudar muito a aliviar os sintomas.

No Hospital SOS Cardio temos uma equipe de fisioterapeutas bastante qualificada e o espaço ideal para prescrição e realização desses exercícios, com a supervisão necessária. Eu, como coordenador do Ambulatório de Síncope do Hospital, também acompanho de perto a evolução dos pacientes lá.

A melhora na qualidade de vida é incrível. Se tem crises de síncope, procure ajuda.

Implante para diagnóstico de arritmias e desmaios

Outro exame importante que pode ser usado para diagnóstico de desmaios e arritmias é o monitor ou looper implantável, principalmente nos casos em que na avaliação inicial não achamos a causa.

O grande diferencial é a possibilidade de monitoramento prolongado, o que torna viável o diagnóstico de sintomas como palpitações ou desmaios esporádicos.

O sistema é composto por um equipamento implantado no subcutâneo da região do tórax que é acionado pelo paciente durante os sintomas e pode também detectar eventos automáticos, conforme a programação feita. O equipamento realiza também um eletrocardiograma quando acionado.

O implante é realizado com anestesia local e o paciente é liberado sem a necessidade de internação hospitalar. O dispositivo pode ficar no corpo do paciente por até três anos.

Sente arritmias ou tem crises de desmaio sem motivo aparente? Converse com um especialista sobre isso. Talvez o monitor de eventos externo ou implantável pode ajudar no seu diagnóstico.