Cerca de metade dos pacientes que sofrem um infarto, angina (dor no peito) ou morte súbita nunca apresentaram nenhum sintoma. Isso ocorre porque a obstrução progressiva das artérias que levam sangue ao coração, chamada de doença coronariana aterosclerótica, é a maior causa desses eventos e, muitas vezes, é silenciosa e de difícil diagnóstico. É muito comum ouvir histórias de algum conhecido ou familiar que estava aparentemente bem, muitas vezes até com exames normais, e faleceu subitamente, em repouso ou enquanto fazia atividade física.
Identificar e tratar precocemente pacientes com maior risco de infarto e que não têm nenhum sintoma é um grande desafio e é crucial para a prevenção efetiva de problemas no coração. Esse trabalho começa pela avaliação cardiológica, também conhecida como check-up, que envolve a correta avaliação clínica e estratificação do risco de cada paciente, para definir o melhor tratamento e metas específicas para cada pessoa.
Fatores de risco relacionados ao infarto
A maior parte dos fatores de risco que levam à ocorrência de infartos é assintomática. Alguns são facilmente detectáveis: pressão alta, colesterol elevado (ou baixo nível de colesterol bom – HDL ), diabetes, histórico familiar, tabagismo, sedentarismo e obesidade. De acordo com a avaliação médica, exames complementares como eletrocardiograma, teste ergométrico, holter, ecocardiograma, escore de cálcio coronariano, entre outros, podem ser solicitados pelo cardiologista para investigação.
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Em pessoas mais jovens, existem diversas outras doenças do coração que podem provocar eventos graves e morte súbita, em repouso ou desencadeada pela atividade física, como miocardiopatia hipertrófica, arritmias genéticas, displasias e cardiopatias congênitas, que podem ser identificadas precocemente em um check-up.
Nesse contexto, a avaliação clínica antes de realizar atividades físico-esportivas têm o mesmo objetivo: identificar doenças cardiovasculares que sejam incompatíveis com a realização de atividades físicas regulares, competitivas ou não. Essa avaliação deve ser realizada antes do início da atividade física e periodicamente.
É fundamental relembrar que na maior parte dos casos, a mudança de estilo de vida é o fator fundamental na prevenção, com ênfase no controle do peso, cessação do tabagismo, alimentação saudável, atividade física e boa aderência ao tratamento medicamentoso do colesterol alto e demais comorbidades, sempre que possível por uma equipe multidisciplinar.
- Artigo do cardiologista arritmologista André Pacheco