Diagnóstico e tratamento de arritmias, desmaios e cardiopatias genéticas
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Cardiologista e Arritmologista Clínico, formado no Instituto do Coração da USP
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Dúvidas frequentes

DÚVIDAS FREQUENTES

O que são arritmias cardíacas?

Em seu estado normal, o coração recebe disparos elétricos de forma regular que fazem o órgão contrair ritmicamente, ou, como dizemos popularmente, as batidas do coração batem no mesmo ritmo. Quando não há essa regularidade, ocorre uma alteração no ritmo cardíaco, conhecida como arritmia, que pode ser taquicardia (quando o coração bate rápido demais) e bradicardia (quando as batidas são muito lentas e em descompasso).

 

Qual a causa da palpitação?

Uma das causas mais frequentes de palpitação é a Extrassístole, que é um batimento cardíaco extra, muito próximo do batimento anterior. Geralmente é uma arritmia transitória e pode ser isolada ou frequente. Está associada a estresse emocional, poucas horas de sono, uso de medicações emagrecedoras, bebidas alcoólicas, drogas, energéticos. Na grande maioria das vezes as Extrassístoles são benignas, principalmente em pessoas que não possuem doença cardíaca. Entretanto, pessoas com alguma doença cardíaca que apresentam Extrassístoles merecem atenção maior e devem ser acompanhadas por um arritmologista. Há doenças raras que se manifestam com Extrassístoles que também necessitam atenção maior. Os sintomas variam desde tonturas, falta de ar, palpitação, desconforto torácico até pacientes que não sentem nenhum sintoma.

 

Somente pessoas sedentárias ou mais velhas têm arritmia cardíaca?

Não. As arritmias cardíacas podem atingir pessoas de qualquer sexo e faixa etária, podendo acometer também atletas e pessoas ativas. Para pacientes que fazem uso de medicamentos, a ingestão de bebidas alcóolicas pode piorar o quadro de algumas arritmias, sobretudo quando há exagero na dose.

 

Quais são os sintomas das arritmias?

Os sintomas mais comuns são palpitações, desmaios, tonturas, confusão mental, fraqueza, pressão baixa e dor no peito. Algumas arritmias cardíacas não provocam nenhum sintoma. Mesmo silenciosas, as arritmias podem provocar uma parada cardíaca e levar à morte súbita – instantânea, repentina e não acidental.

 

As arritmias podem matar?

Sim. Quando não diagnosticados e tratados corretamente, alguns tipos de arritmias cardíacas podem provocar parada cardíaca, doenças no coração e morte súbita.

 

O que é morte súbita?

A morte súbita é a morte instantânea, inesperada, repentina e não acidental, na maioria das vezes de origem cardíaca. A causa da morte súbita pode ser evitada quando é aplicado rapidamente um choque elétrico no peito. Poucas tentativas de ressuscitação são bem-sucedidas após 10 minutos e, a partir de 3 minutos, o cérebro já começa a sofrer danos. Por isso, o socorro e atendimento devem ser rápidos. Mais de 95% das mortes súbitas ocorrem fora do ambiente hospitalar.

 

A morte súbita é comum?

No Brasil, a cada 2 minutos uma pessoa morre em decorrência da morte súbita. Por ano, são 300 mil brasileiros acometidos pela doença. Com incidência maior no sexo masculino e em pessoas com mais de 45 anos, entre 80% e 90% dos casos de morte súbita são provocados por arritmias cardíacas. No entanto, ela também acomete pessoas na faixa etária mais produtiva da vida e de muitos atletas, geralmente jovens e saudáveis.

 

Quem está sujeito às arritmias cardíacas e à morte súbita?

De modo geral, qualquer pessoa está sujeita às arritmias cardíacas, independentemente da faixa etária, do sexo ou da condição social e econômica. As arritmias cardíacas podem acometer inclusive recém-nascidos e atletas. A maior porcentagem de ocorrência está no grupo de pessoas que possuem doenças cardíacas ou entre os que já sofreram parada cardíaca, bem como naqueles que têm histórico familiar (pais, avós, tios, irmãos ou outro familiar que tenha tido a doença).

 

Todas as arritmias cardíacas são malignas?

Não. As arritmias podem ser benignas, mas também podem apresentar alta malignidade. Algumas podem causar falta de ar, dor no peito, desmaios e até morte súbita. Normalmente, as arritmias cardíacas que ocorrem em quem já apresenta problemas cardíacos, como infarto, cirurgias prévias, insuficiência cardíaca, são de maior risco aos pacientes.

 

Como prevenir as arritmias cardíacas e a morte súbita?

Para prevenir as arritmias cardíacas, assim como demais doenças, é preciso ter hábitos saudáveis: manter uma alimentação balanceada, não ingerir ou não se exceder no consumo de bebidas alcoólicas, não fumar, praticar atividades físicas com orientação de um especialista, dar atenção à saúde emocional (controlar o estresse, por exemplo), consultar pelo menos uma vez por ano com um cardiologista para a realização de exames preventivos e prestar atenção aos sinais do coração, como palpitações e batidas intensas.

 

Atletas podem sofrer de arritmias cardíacas e morte súbita?

Os atletas profissionais e pessoas que têm uma vida ativa e saudável também podem ser vítimas de uma arritmia cardíaca, geralmente decorrentes da genética e da constituição própria do coração. Muitas vezes, por ser difícil de ser diagnosticada, a doença passa despercebida, trazendo consequências graves ao portador.

 

Exercícios físicos em excesso podem provocar arritmia cardíaca?

Esforço físico desproporcional exige avaliação cuidadosa, sobretudo antes do início das atividades físicas, sejam atletas ou pessoas que praticam esportes por lazer. Esta é a premissa que os cardiologistas e, mais especificamente, os arritmologistas reforçam tanto para os atletas de fim de semana quanto para os chamados de alto desempenho.

 

Quais os tratamentos para as arritmias cardíacas?

O tratamento das arritmias cardíacas depende da condição do coração do paciente. As opções podem envolver medicamentos, formas intervencionistas (como a ablação por cateter e o implante de dispositivos cardíacos eletrônicos) ou mesmo pequenas mudanças nos hábitos diários. Somente um cardiologista arritmologista consegue prescrever o melhor tratamento para cada caso.

 

Quais os medicamentos mais comuns para o tratamento das arritmias?

Vários medicamentos são úteis para o tratamento das arritmias, como os bloqueadores de canais de cálcio (exemplos: verapamil, diltiazem), os betabloqueadores (metoprolol, atenolol, propranolol), os antiarrítmicos (amiodarona, propafenona, sotalol) usados para o controle da frequência cardíaca, os antiplaquetários (AAS) que ajudam a impedir a formação de coágulos, e os anticoagulantes (varfarina, dabigatran, rivaroxaban, apixaban, edoxaban), para a prevenção de embolia e AVC no tratamento da Fibrilação Atrial e flutter atrial. Em alguns casos é indicada a ablação por cateter, que é utilizada quando o paciente não apresenta bons resultados com medicamentos ou quando prefere um tratamento mais definitivo. Também pode ser indicado o implante de dispositivo cardíaco eletrônico, como o marca-passo e o cardioversor desfibrilador implantável.

 

O que é e para que serve o marca-passo?

O marca-passo é um pequeno aparelho que envia estímulos elétricos para manter o ritmo do coração regular, com batidas frequentes e na velocidade adequada. Ele é implantado sob a pele, geralmente abaixo da clavícula, e ligado ao coração por meio de minúsculos fios. Em alguns casos, o dispositivo é utilizado apenas em um curto período de tempo, como após um ataque cardíaco.

 

Qual a diferença entre o marca-passo e o cardioversor desfibrilador implantável (CDI)?

Eles são muito parecidos, mas além de servir como um marca-passo para estimular o coração, o cardioversor desfibrilador implantável também previne paradas cardíacas em pacientes de alto risco de arritmias ventriculares fatais. Quando o coração está batendo de forma desordenada, muito rápido, o CDI detecta a anomalia e dispara um choque elétrico que normaliza o ritmo das batidas do coração.

 

O que é Fibrilação Atrial?

A Fibrilação Atrial (FA) é a segunda maior causa de mortes no mundo e a arritmia cardíaca mais frequente. Ela é caracterizada pelo ritmo de batimentos rápido e irregular dos átrios do coração, com incidência de 2,5% da população mundial, o equivalente a 175 milhões de pessoas. A principal (e pior) consequência da Fibrilação Atrial é o aumento do risco de Acidente Vascular Cerebral (AVC), popularmente conhecido como derrame. Essa arritmia cardíaca está cada vez mais associada à presença de doenças cardíacas e ao avanço da idade, acometendo, sobretudo, a população na faixa dos 75 a 80 anos de idade. A estimativa é que de 5 a 10% dos brasileiros terão esse tipo de arritmia que pode não apresentar sintoma algum como pode causar palpitações, dor torácica, falta de ar, tontura ou desmaio.

 

Como ocorre o AVC relacionado à Fibrilação Atrial?

O caminho para o AVC inicia-se no momento em que os átrios perdem a capacidade de contrair de forma ritmada e começam a fibrilar (contrações desordenadas do músculo cardíaco), deixando de enviar de forma regular sangue para o ventrículo. Assim, o sangue, ao ficar parado, pode criar grandes coágulos. São estes coágulos que entram na circulação sanguínea e bloqueiam artérias do cérebro, provocando o AVC. Em muitos casos, pessoas que sofrem um AVC decorrente da Fibrilação Atrial ficam incapacitadas. Se a Fibrilação Atrial for identificada precocemente e tratada corretamente, com o uso de anticoagulantes quando necessário, o AVC é altamente evitável.

 

Como evitar o AVC decorrente da Fibrilação Atrial?

O diagnóstico da Fibrilação Atrial, antes da ocorrência da primeira complicação, é peça fundamental para prevenção de AVC. Por isso é importante consultar um arritmologista periodicamente e as pessoas com mais de 65 anos devem realizar a palpação regular do pulso, a fim de aumentar a chance de detecção da arritmia.

 

O que é Flutter Atrial?

É a segunda arritmia mais comum, atrás apenas da Fibrilação Atrial. O Flutter é uma arritmia organizada e regular que pode se desenvolver em pacientes com coração normal, porém ocorre com maior frequência em pacientes idosos com outras doenças associadas, como pressão alta ou insuficiência cardíaca. Essa arritmia pode apresentar sintomas como palpitações, dor no peito e falta de ar, como também pode passar totalmente despercebida.

 

Qual o tratamento médico para Taquicardia Atrial?

A taquicardia atrial é caracterizada pela presença de atividade elétrica anormal originária no miocárdio atrial (parte superior do coração). Em adultos normalmente cursam com doença cardíaca ou doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) associada.

 

O que é síndrome de Wolff-Parkinson-White?

O coração tem a função de contrair-se e bombear o sangue para o resto do corpo. Para isso, ele recebe um estímulo elétrico que percorre um caminho especializado dentro do coração, chamado sistema normal de condução, que estimula o órgão a contrair-se de maneira organizada. As vias acessórias são caminhos alternativos anormais dentro do coração. Esses caminhos permitem que o estímulo elétrico percorra um trajeto diferente, além do sistema normal de condução, o que pode gerar arritmias. Entre os vários tipos de vias acessórias o mais frequente é o feixe de Kent, observado na síndrome de Wolff-Parkinson-White. Muitas vezes é possível fazer o diagnóstico pelo eletrocardiograma de rotina, sendo que diversas taquiarritmias podem acometer os pacientes portadores de vias acessórias.

 

Quais os sintomas da Taquicardia Ventricular?

As taquicardias ventriculares são arritmias que iniciam nos ventrículos e podem provocar palpitações, tontura, dor torácica, falta de ar, desmaios ou mesmo complicações cardíacas mais graves.

 

O que é Síndrome de Brugada?

A Síndrome de Brugada é uma doença genética, mais comum no sexo masculino, caracterizada clinicamente por uma alteração especifica detectada em alguns canais do eletrocardiograma, espontaneamente ou durante episódio de febre, com risco aumentado de arritmias ventriculares graves e morte súbita durante o sono.

 

O que é Síndrome do QT Longo?

É uma doença genética caracterizada por um prolongamento anormal de uma medida do eletrocardiograma denominada intervalo QT. Ocorre por uma anormalidade nos canais iônicos do coração e podem cursar com arritmias graves em indivíduos jovens e saudáveis. O risco é aumentado de arritmias ventriculares graves e morte súbita.
O diagnóstico é feito pelas características clínicas e do eletrocardiograma. A avaliação genética pode ser necessária em alguns casos.

 

Tenho parentes com Síndrome do QT Longo, também terei a síndrome?

Não obrigatoriamente. A Síndrome do QT Longo é uma condição que afeta a atividade elétrica do coração e é bastante rara. Cerca de 1 em cada 10 mil pessoas tem a síndrome, que pode ser diagnosticada no eletrocardiograma. A consulta com um arritmologista é fundamental para pessoas que tenham parentes com a síndrome e, em alguns casos, a avaliação genética pode ser necessária.